Há algum tempo que investigo quais os padrões comuns a pessoas felizes, de sucesso, de bem com a vida, com vontade de viver, ótimos lideres, resolvidas, motivadas e otimistas. Percebi que se resume a um alinhamento de comportamentos e autoconhecimento.
Escrevo este artigo para falar sobre isso, não porque tenha uma resposta definitiva mas porque já tenho uma resposta.
Para explicar o que quero dizer e até para chegar às minhas conclusões ( depois de muitos blocos e rabiscos) cheguei a um modelo. Um modelo que funciona como uma “fórmula” ou um guia de procedimentos que leva a que todas as pessoas fiquem mais próximas de realizar os seus objetivos.
Este modelos tem 3 níveis e o ideal é fazer “Check” em cada um dos níveis.
No final existe mais sucesso e clareza nas pessoas que conseguem alinhar os 3 níveis do que nas que não os tenham alinhados (ou coerentes) ou das que desconhecem a resposta para algum deles.
Vamos falar sobre este modelo para que fique mais claro.
Imaginem 3 círculos concêntricos (uma matrioska de círculos), tal como na matrioska, começamos de dentro para fora porque, como em tudo, no interior é que está a base da vida e do que funciona.
O primeiro nível:
O alinhamento entre o coração e a mente. Estaremos alinhados connosco ou com o que os outros querem para nós?
Pessoas que estão confortáveis, otimistas e com vontade de viver os seus sonhos têm uma clara noção de três características de personalidade (algo ligado a emoções): VALORES, IDENTIDADE e TALENTOS. Estas características são algo interno, que nasce connosco, que nos faz ser as pessoas que somos e nos ajuda viver uma vida sem ressentimentos, ou seja, Valores, Potencial e Talento são o nosso princípio. Quando isto está claro conseguimos sentir um forte preenchimento e realização pessoal, e mais, ganhamos uma confiança superior nas nossas decisões conseguindo perceber melhor ao que dizer “sim” e “dizer “não”.
Com este centro intacto conseguimos definir os nossos limites e ganhar uma forte motivação mesmo em momentos em que as coisas parecem difíceis. Por outras palavras, e como dizia Simon Sinek, este é o nosso PORQUÊ. Acima de tudo, o que nos faz querer aquilo que queremos e porque é que queremos da forma que queremos.
O melhor que podemos fazer por nós é saber o nosso Porquê?
Ter os nossos talentos bem claros faz com entreguemos outra paixão ao que fazemos e isso vai ser notado porque as pessoas à nossa volta sentem o nosso entusiasmo no que estamos a fazer.
Por outro lado, o feedback que chegará da sociedade é mais positivo dado que estamos a viver um sonho, porque estamos apaixonados pelo que fazemos, porque trabalhamos com mais dedicação, porque estamos mais energéticos, mais focados mais confiantes… e isso nota-se.
Ter este core bem “protegido” faz com que consigamos ter um orgulho enorme naquilo que fazemos e ter este core definido é saber exatamente o que queremos preservar em termos de princípios, é saber que talentos inatos temos e saber definir bem a nossa identidade.
Este é o melhor investimento que alguém pode fazer em si, sozinho ou com ajuda. Existem inúmeras ferramentas ao dispor e nas minhas sessões utilizo algumas.
O segundo nível:
O alinhamento entre o que queremos para nós e até onde estamos dispostos a ir. Estaremos alinhados agindo ou ficamos pelo que dizemos?
Passamos para outro aspeto fundamental do nosso modelo: “não basta querer, é preciso fazer”.
A nossa ação dita a velocidade e forma como vamos obter resultados e só ela o consegue fazer. Os comportamentos que adotamos perante um sonho (ou objetivo) imprime em nós uma outra e melhor disciplina pessoal e isto faz com que consigamos superar os nossos medos.
A ação que tomamos é responsável pela ultrapassagem de obstáculos, ou seja, quando agimos conseguimos olhar para obstáculos como constituintes de um processo que não podem ser evitados.
Só com o fazer conseguimos ter respostas. Só depois de partir para a ação sabemos se resultou ou não, e como resultou. Se queremos ter informação temos de fazer o que estamos a pensar. Para além disso, não há nenhum anjo mágico que nos venha dar respostas às nossas dúvidas antes de elas passarem a algo concreto.
A crença de “eu gostava de saber se isto vai dar certo antes de fazer”, é uma utopia.
Para ir limando os nossos projetos temos de pesquisar, investigar, inspirar-nos, correr riscos, comunicar, construir, recuar, avançar, refazer e todas essas ações estão englobadas a neste nível. Isto é o mesmo que dizer que este nível responde à questão de “COMO por em prática o que o meu coração diz?”.
O terceiro nível:
O alinhamento entre o meu potencial e onde o aplico.
No final, e só no final vem o “O QUÊ?”, o que é que vou fazer? Quais as minhas formas de chegar ao meu público?
Podem ser várias as possibilidades de implementação dos nossos dois primeiros níveis. Para começar, lembro-me de: vendas, podcasts, livros, consultas, blog, academicismo, consultoria, gestão de grupos, projetos inovadores, media, arte, eventos, talks, artigos, serviços…
É importante que o que façamos seja para entregar valor aos outros, o que é o mesmo que dizer que, neste nível do modelo a pergunta que devemos fazer é:
“O que faço para entregar o que tenho?”
“Como acrescento valor?”
Começar por aqui é um erro, é uma vida sem sentido, ou antes, quando começamos por aqui as nossas ações parecem não ter consistência e coerência. É como disparar muitos tiros em muitas direções diferentes…
A vida, a coragem, a convicção ganham consistência quando estes 3 níveis estão alinhados, por outro lado, ao estarem desalinhados existe um vazio que se instala e a sensação de que falta algo é muito frequente.
Não ter este alinhamento pode levar à falta de entusiasmo e, no limite, à depressão, por isso, em alturas de dúvidas é sempre bom fazer esta pergunta: “estarei alinhado?”
Quando presenciamos o desalinhamento a sensação que temos é que não existe uma razão forte para nos levantarmos todos os dia. Existe sim, uma quantidade de responsabilidades/obrigações que caiem sobre nós e sem que haja motivação para as realizar.
O alinhamento torna a vida mais clara, ou melhor, faz o dia passar com outra fluidez, dá-nos ideias, inspiração, foco e objetivos claros.
O que percebi, é que pessoas bem sucedidas têm estes níveis bem definidos, ativos e alinhados.
O trabalho para o fazer cabe a cada um com mais ou menos ajuda, mas inicia-se com uma reflexão sobre cada um deles.
Tudo de bom,
Bárbara